quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Concorde

Concorde foram os primeiros aviões supersônicos comerciais, surgindo da parceria de empresas francesas e inglesas, a Aerospatiale e a British Airway Company. O objetivo, claramente era o de diminuir o tempo de viagens transatlânticas e mais importante, mostrar ao mundo que era possível e eles podiam.

Seu vôo inaugural foi em 21 de janeiro de 1976. 76, década de setenta. É uma época que hoje todos nós consideramos obsoleta, antiquada e retrógrada, e ainda sim existia tecnologia o suficiente para adaptar uma invenção militar para fins civis e comerciais. Isso no sentido em que velocidade supersônica não é exatamente a coisa mais fácil ou segura para um ser humano.


Mach é a unidade de velocidade do som e equivale à uns 1224 km/h (“uns” é brincadeira , por que se os engenheiros não soubessem calcular isso com exatidão, que diabos eles estariam fazendo construindo algo que voa à duas vezes isso?) e os Concordes alcançavam Mach2.2.
Uma aeronave rasga o ar enquanto se move e aproveita a passagem do ar para conseguir sustentação de vôo. É pra isso que servem as asas. Porém, a passagem do ar gera atrito e resistência quanto mais rápido um corpo se move. E para aproveitar melhor e otimizar a passagem pelo ar, precisamos de um formato mais aerodinâmico. Aviões comuns são aerodinâmicos, mas não o bastante para sustentar vôos supersônicos nem manter a estrutura da aeronave.

O Concorde é extremamente alongado, tendo um “nariz” muito pontudo e terminando em uma cauda bem pontuda também. E suas asas possuem um formato delta (triangular) bem curvadas, ao contrário das asas comuns de outros aviões. Assim elas não só mantêm uma boa aerodinâmica, como geram mais sustentação de vôo e também conseguem manter a aeronave firme sem se despedaçar.

O engraçado é que por causa do seu formato e de suas asas, o Concorde tinha que fazer pousos em um ângulo muito alto e o nariz longo impedia que os pilotos conseguissem visualizar a pista.

Agora, lembrem, era década de 60 para 70, a tecnologia não era avançada ao ponto de se ter microcâmeras embaixo da nave para ver a pista. A solução dos engenheiros foi “Não conseguem ver por conta do nariz? Oras, então vamos abaixar o nariz!”. Então o negócio era que em processo de aterissagem, o nariz do avião se dobrava para baixo para dar um pouco de visão aos pilotos, como os trens de pouso, que também são levantados durante o vôo.


Os Concordes pararam de voar em novembro de 2003, três anos depois de um acidente de um Concorde francês. Um pedaço de uma aeronave que acabara de decolar causou o mal funcionamento do Concorde que sofreu perda total no acidente, matando todos os passageiros e tripulantes.

Alguns números.

Velocidade Máxima: Mach 2.2

Altitude Máxima: 18300 metros

Comprimento: 63 metros

Envergadura (asas): 25,6 metros

Capacidade: 100 passageiros

Na década de setenta, uma passagem de ida custava até 1000 dólares. Em 2000, custava $6000 uma passagem de ida, tornando o Concorde o meio de transporte mais caro e elitizado do planeta. Nada de poltronas apertadas e saquinhos de amendoim. Se você paga seis mil dólares para ir mais rápido do que a rotação da Terra à algum lugar, que sea tratado com bifes e uísques dos melhores. E que chegue no seu destino antes mesmo de sair de casa (graças a linha Internacional de Mudança de Data e de sua velocidade, era perfeitamente possível que acontecesse).

Além do Concorde, existiu apenas outro avião supersônico comercial. Era o russo Tupolev, que foi destruído em pleno vôo durante uma curva. A URSS (na época) culpou o piloto pelo acidente, mas mesmo assim decidiu descontinuar o projeto. Porque na antiga União Soviética, a curva faz você.

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